segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Curso on -line Terapia Familiar – Intervevenciones Sistemicas


Começou a 7 de Janeiro de 2013 a minha viagem diária até Escuela Vasco Navarra de Terapia Familiar em Bilbao! Curso on -line Terapia Familiar – Intervevenciones Sistemicas"

O vídeo - “te atreves a soñar” representa o momento em que me encontro. Fazer o curso noutro idioma, com colegas de una cultura diferente é um desafio a cumprir, de construção e integração de novos conhecimentos!

Sigo encantada!



Ana Teves.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Ler, com un novo olhar


Há muitos anos atrás li um livro que me marcou e que voltei a ler recentemente, com um novo olhar, que de imediato me transportou para a realidade diária que vivo enquanto elemento do CTFIS. Este livro é “O Meu Pé de Laranja-Lima”, de José Mauro de Vasconcellos, escrito em 1968.

Sem querer entrar em análises literárias, ficaram-me do livro alguns temas com os quais nos deparamos na nossa intervenção: exclusão social, mau trato infantil, parentificação, dificuldades relacionais...e muitos, muitos mais. Contudo, como em todas as famílias, jovens e crianças que conhecemos no CTFIS, existe um mundo de potencialidades nas personagens deste livro, em especial no personagem principal, Zezé, de apenas 5 anos: curiosidade, criatividade, capacidade de amar e de construir realidades mais positivas, que lhe permitem viver. E uma muito importante: resiliência. E na vida desta criança (fictícia) assim como na vida das muitas (reais) que temos o privilégio de conhecer e que nos motivam a tentar fazer o melhor que pudermos para que o mundo à sua volta seja mais protector, existem figuras com potencial para exercerem um papel significativo e determinante na sua capacidade futura para superar as adversidades.

Neste livro esta figura chega na personagem de um “Portuga”, em nada relacionado com a criança, mas que desempenha um papel marcante na sua vida. Este “Portuga” pareceu-me muito um “tutor de resiliência”, conforme vem caracterizado no “Impacto da violência conjugal sobre crianças e jovens - Guia de Intervenção” (elaborado pelo CTFIS, entre outros parceiros): “...importa salientar o papel que o tutor de resiliência tem na capacidade do menor para superar as suas dificuldades e poder desenvolver uma vida agradável. Este é quase sempre uma pessoa adulta que se cruza com a criança e que assume para ele um significado de modelo de identidade, alguém que o faz questionar a sua existência e o ajuda a construir um ideal melhor e expectativas pessoais para o seu futuro. O tutor pode ser um profissional (e.g., professor, médico, etc.) ou não profissional (e.g., um amigo de família, um tio ou tia, um primo, um vizinho, etc.) e pode supor uma relação estável e duradoura ou um mero encontro significativo que proporcione um apoio ou uma inspiração cuja influência determina a sua trajectória e decisões vitais.”

Mesmo no fim do livro, diz o autor “ Hoje tenho 48 anos e às vezes na minha saudade eu tenho impressão que continuo criança. Que você a qualquer momento vai-me aparecer trazendo figurinhas de artista de cinema ou mais bolas de gude. Foi você, quem me ensinou a ternura da vida, meu Portuga querido. Hoje sou eu que tento distribuir as bolas e as figurinhas, porque a vida sem ternura não é lá grande coisa”